De modo global, o setor varejista vem continuamente sendo pressionado nos últimos anos pelo aumento da competitividade, refletindo-se nas margens das empresas e levando-as a buscarem novos processos que as tornem mais eficientes e, consequentemente, mais lucrativas. O aumento da concorrência e a ocorrência de margens cada vez mais apertadas impulsionam as empresas em direção à inovação. Só irão sobreviver e se manter competitivas aquelas que se adaptarem aos novos tempos na velocidade que os negócios exigem.
No Brasil, a realidade não é diferente e as pressões sobre o varejo só têm crescido. Apesar disso, o país é um dos que mais sofrem com as perdas no setor – perdas essas centradas em roubos, furtos e também aquelas que decorrem não só da má intenção (furtos e roubos), como deixar estragar produtos ou passar da validade e fazer compras erradas -, aumentando a vulnerabilidade das empresas em um mercado já altamente competitivo.
Esse ponto nos leva automaticamente a refletir sobre a capacidade das empresas em gerir estoque e seus processos logísticos. Os varejistas precisam, por exemplo, melhorar sua visibilidade de inventário, com informações precisas e de modo rápido, de preferência em tempo real. A eficiência dos varejistas passa obrigatoriamente pelo seguinte ponto: um estoque que gire o máximo possível no menor tempo possível. Sem isso, certamente haverá problemas.
Mas como garantir esse giro se muitas empresas ainda hoje levam até dois meses para ter um retrato de seu inventário? Dois meses é tempo demais: quando os dados chegarem, a realidade já será outra completamente diferente! Para uma boa gestão, o estoque nunca deve ser considerado no longo prazo, pois isso significa perder dinheiro. O controle não efetivo do seu inventário levará você à tomadas de decisões ineficientes e investimentos errados, ou alto custo de estoque. Esse mau direcionamento de capital, que poderia ter sido aplicado em algo realmente relevante, impacta os resultados e margens da empresa no fim do mês. Sem contar que o risco de perdas por produtos mal controlados é alto.
As empresas varejistas não podem mais encarar o estoque como algo operacional, pois é cada vez mais evidente sua função estratégica no dia-a-dia do setor. E essa função estratégica do estoque só poderá ser exercida se as companhias tiverem visibilidade e controle diários em tempo real, direcionando ações e investimentos da melhor forma. Como colocar isso em prática, então?
Bem, a tecnologia é uma aliada de peso para o sucesso dessa missão. A melhoria de processos internos passa obrigatoriamente por sistemas de TI eficientes e adequados às necessidades da empresa.
Para o varejo, além de sistemas de ERP, BI, CRM, WMS, etc, existem tecnologias extremamente focadas em aprimorar a produtividade dos negócios no dia-a-dia. A tecnologia de RFID é cada vez mais adotada por companhias do setor. Trata-se de uma tecnologia madura que já apresenta um custo-benefício excelente e um ganho operacional enorme.
A tecnologia de coletores de dados por comando de voz, que hoje já é popular entre o varejo brasileiro, traz ganhos consideráveis para a gestão de estoque, garantindo agilidade e eliminando erros. Trata-se de uma tecnologia que pode oferecer entre 25% e 35% de ganho de produtividade.
Em resumo, o varejo no Brasil precisa estar cada vez mais atento às pressões que vem sofrendo, a fim de sobreviver, manter-se competitivo e melhorar margens. Um dos pilares para a conquista de mais eficiência e melhores resultados é a gestão de estoque, que deve mais do que nunca ser encarada como um ponto estratégico, e não operacional. A boa gestão de estoque tem que possibilitar inventários, visibilidade e controle de seus processos, maior produtividade e acuidade, informações precisas em tempo real – por exemplo, processos de inventário tem que ser fáceis e automáticos, com intervalos de execução mais curtos quanto possível permitindo que as empresas tenham informações precisas o mais rápido possível para a tomada de decisões que diminuam suas perdas. E atenção, a capacidade de uma gestão efetiva de estoque não é privilégio das grandes cadeias, ela pode e deve ser feita por todos, pois hoje, tanto os sistemas como a tecnologia já estão ao alcance de todos.
Em um setor tão dinâmico quanto o de varejo, a máxima de que “tempo é dinheiro” cai como uma luva.
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