Têm sido veiculadas na mídia várias matérias sobre o uso das chamadas “etiquetas inteligentes”, que utilizam a tecnologia de identificação por radiofreqüência (ou simplesmente RFID) em uma série de aplicações com foco sobre a cadeia de suprimento. Apesar de toda a repercussão em torno do assunto, não se trata de algo realmente novo. Esta tecnologia vem sendo aplicada desde a década de 1960 em diversos ramos de atividades como montadoras, autopeças, pedágios e até no rastreamento de animais.
A tecnologia RFID permite armazenar e recuperar informações em circuito integrado (chip) via ondas de radiofreqüência, cuja principal função é efetuar a captura automática de dados à distância, sem intervenção humana, sobre objetos como produtos, pallets, veículos, animais e pessoas. Muito mais do que um simples substituto do código de barras, o RFID torna a logística mais simples, reduz o desperdício e o extravio de mercadorias, combate roubos e aumenta a produtividade.
O varejo pouco a pouco vem utilizando o recurso para controlar a cadeia de suprimentos. Nos EUA e na Europa, por exemplo, fornecedores e cadeias de varejo como BestBuy, Home Depot, Sam’s Club, Wal Mart, Metro e Albertsons estão implementando diversas aplicações com etiquetas RFID em pallets e caixas de produtos, com o intuito de controlar a logística de distribuição desde a saída do fabricante até a colocação na prateleira do salão de vendas.
A adoção do RFID nas gôndolas, embora de grande apelo ao público, é a aplicação que demanda maior prazo, pois depende da redução do valor mínimo que a tecnologia consegue detectar nas etiquetas. Embora esse valor já tenha sido consideravelmente reduzido, serão necessários mais alguns anos até que se viabilize sua adoção em massa, já para aplicações em caixas e pallets estes valores tornam a solução viável.
Implantação do RFID
Indústrias de veículos como Volvo e Ford utilizam o RFID para o controle de processos em suas linhas de montagem de veículos. Já instituições financeiras como o banco alemão Landesbank adotam o recurso para controle de processos de financiamento.
Diversos outros setores já perceberam que a tecnologia está hoje muito mais madura e as etiquetas mais baratas. As empresas estão entrando na fase de implantação, buscando soluções de problemas que lhes gerem benefícios em curto prazo.
Os principais obstáculos para a implantação do RFID, como leitura de etiquetas perto de metal e líquidos, captação dos dados de muitas etiquetas simultaneamente e adequação delas a ambientes hostis (intempéries, altas temperaturas, ataques químicos, etc.), já foram deixados para trás com a tecnologia atual.
Além do recebimento de mercadorias na retaguarda do varejo, o RFID já é usado hoje em diversas aplicações de impacto mais direto ao consumidor, como gerenciamento de produtos em prateleiras de lojas de roupas (evitando a ausência da grade correta de produtos, separados por item, tamanho, cor, etc.) e controle de estoque de itens de alto valor.
O RFID já é hoje uma realidade, um caminho sem volta. Os empresários não discutem mais se implantarão a tecnologia, mas sim quando. As aplicações business-to-business estão se proliferando, gerando grandes ganhos para toda a indústria e a cadeia de suprimentos. Em mais alguns anos, chegarão aos caixas dos supermercados.
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