Por Ricardo Alves – Gerente de Desenvolvimento de Software da Seal

IDENTIFICAÇÃO DE PRODUTOS COM RFID

Apesar de ser um assunto simples, encontramos no mercado uma série de implementadores e aventureiros que falham no processo básico da identificação de produtos com RFID, desde a escolha do tipo da etiqueta RFID bem como a informação à ser gravada nestas etiquetas, com isso, temos inúmeras implantações que não se sustentam e tiram a credibilidade desta excelente tecnologia.

Neste texto, descrevo sobre a identificação de item de venda (trade item) que é a identificação mais comum nesta tecnologia, que se assemelha ao nosso bom e velho código de barras, mas com um pequeno diferencial, com a tecnologia RFID o produto agora ganha um número serial em sua identificação, tornando o seu item de venda único em toda cadeia de suprimentos, e se você utilizar o padrão global da GS1 (órgão que mantém os padrões globais para comunicação empresarial, tais como, código de barras e código eletrônico do produto EPC) seu produto será único em todo o mundo.

Viu só como é simples, basicamente uma etiqueta RFID contém o conteúdo de um código de barra + um número serial, e por que às vezes complicamos ?

É tentador gravar informações adicionais na etiqueta RFID (chip), na maioria das vezes você vai se deparar com alguém que queira incluir informações do lote, cor, validade, entre outros atributos sobre o item a ser identificado, com o intuito de ler a etiqueta RFID e ter toda a informação e rastreabilidade do material, num só gatilho de um coletor de dados RFID.

Logicamente que é ideia é essa mesma! É você ter todas as informações do produto, todo seu histórico e rastreabilidade, mas isso não é função somente da informação contida na etiqueta RFID, e sim da solução RFID como um todo.

Tome cuidado, pois nenhuma etiqueta RFID vai ser capaz de armazenar todos os atributos de um produto, com isso, para identificar um item com a etiqueta RFID, a recomendação é a utilização do padrão de identificação do EPC, com as informações de (Prefixo da empresa) + (código do produto) + o (número serial) do produto. Simples assim !

Exemplo: no código de barras abaixo temos a numeração 789 (origem) 4900 (empresa) 7004 (item) 6 (digito verificador)

Desta forma ao produzir o seu primeiro produto e identifica-lo com RFID, sua etiqueta deverá ter a seguinte informação

urn:epc:id:sgtin:7894900.7004.1

que é basicamente a mesma do seu código de barras e adicionando um número serial, onde geralmente é utilizando um número sequencial.

O princípio da identificação com RFID é você conseguir serializar os seus produtos e tratá-los de forma individual para que você tenha a rastreabilidade total daquele item único e nada mais.

Todos os atributos adicionais do item (lote, validade, status, etc..) e o registro de todas as movimentações garantindo a rastreabilidade do material, são de responsabilidade de outros componentes da solução RFID, tais como, um middleware RFID que captura eventos de movimentação de EPCs e transmite para um EPCIS (Serviço de informações de EPC) que garante a rastreabilidade e podem armazenar informações adicionais sobre o item em questão e através deste, você tem acesso via (api, base dados, webservices, etc…) para que você tenha a informação do item e todo seu histórico, deste a sua criação até o consumo final, mas isso é assunto para outra hora.

Algumas recomendações para identificação de produtos com RFID.

Procure seguir o padrão global de identificação de EPC, existe um padrão para identificação e obtenção de código de produto e faixas de números seriais, e o órgão responsável por isso globalmente é a GS1 (gs1br.org), seu parceiro tecnológico tem que ter o conhecimento dos padrões e deverá lhe auxiliar neste processo.

Por que seguir um padrão global ? Seu produto será identificado e reconhecido em qualquer operação que utiliza RFID no mundo, desta forma, você poderá fornecer seu produto qualquer operação, não estando limitado a um determinado local ou processo.

Procure um integrador ou parceiro tecnológico com expertise, Hoje você encontra no mercado muitas empresas que implementam a tecnologia RFID e posso lhe assegurar, que esta não é uma tecnologia de simples implementação, não somente pela identificação do produto, mas por toda infraestrutura necessária para sua implementação e garantir 100% das leituras destas etiquetas RFID que possuem sensibilidade a diversos tipo de materiais, além de existir diversos modelos de etiqueta RFID, que possuem performances e aplicabilidade diferenciadas, e outras questões técnicas.

Então é isso pessoal, em resumo, a identificação de um produto com a tecnologia RFID é simples, o importante é ter em mente que a principal função de uma etiqueta RFID é a de representar um objeto de uma forma única e obedecendo uma padrão simples mas global, para que você rompa as barreira operacionais e consiga distribuir seu produto por toda cadeia de suprimento em todo o mundo.

Para os leitores que já possuem algum conhecimento em identificação com RFID, é sabido que a informação gravada numa etiqueta RFID é representada geralmente por números hexadecimais, e existe toda uma lógica na construção desta codificação a partir de um GTIN, depois conversões para binário, verificação de tabelas de partições, filtro, tamanho do company prefix x item reference, mas o intuito aqui foi a abstração do assunto, desmistificar e trazer algumas melhores práticas.

Se tiverem curiosidade sobre a construção e formação do EPC com um pouco mais de detalhe técnico, por favor, não hesitem, entre em contato, sugiram temas e terei o maior prazer de trazer um pouco deste conhecimento por este canal ou através da Seal Sistemas.