Os negócios tecnológicos são versáteis e têm apostas disruptivas para permanecer no tempo. É o que comenta David Lati, EXATEC e diretor comercial da LDM, consultor de logística, cadeia de suprimentos e digitalização.
Em entrevista à Tec Review, ele diz que, ao dar-lhes um propósito, os dados se tornam um produto útil para os negócios e podem melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Também conversamos com Osvaldo Mercado, team lead developer da MavTek Inc, que garante que para diferenciar um negócio tecnológico de um que aplica tecnologia, é preciso que o primeiro produza –sozinho– 24 horas por dia, ou seja, mesmo que você esteja dormindo.
O que são negócios de tecnologia?
Negócios tecnológicos são todos aqueles que são automatizados, ou seja, onde as pessoas podem satisfazer suas necessidades sem precisar interagir, pois a maioria de seus processos são resolvidos por meio da tecnologia, diz Osvaldo Mercado, após 10 anos de experiência em empresas de tecnologia.
Ele explica que muitas vezes as pessoas confundem um site ou perfil no Instagram com negócios tecnológicos, no entanto, isso exige a intervenção pessoal de alguém. Ele ressalta que esta é uma representação online, mas não uma automatização tecnológica.
“Um exemplo de como funciona um negócio de tecnologia é se você clicar em um post de mídia social, site ou aplicativo onde posso reservar uma noite de hotel, pagar com meu cartão de crédito ou pelo PayPal e não falei com ninguém, não houve necessidade de um intermediário para efetuar a compra”
As empresas de tecnologia não são as mesmas empresas que usam tecnologia.
David Lati, com sua experiência na implantação de Big Data e Business Intelligence, comenta que o melhor exemplo para diferenciar uma empresa tecnológica de outra que usa tecnologia é o caso do setor automotivo, que se apoia em tecnologia e que quase todos os seus processos, estão se transformando digitalmente, mas não são negócios de tecnologia em si.
Plataformas como Amazon e Mercado Livre são um exemplo de empresas que usam a tecnologia para gerar comércio.
Lati explica que são empresas de tecnologia por sua força nesse campo, já que seu modelo de negócios tem ênfase em tecnologia. Outro exemplo de negócios de tecnologia são as fintechs, que utilizam seu valor para gerar valor e criar seu próprio modelo de negócios.
“As fintechs estão redefinindo e reestruturando todo um setor, que é o financeiro ou o setor bancário não tradicional”, diz.
Acrescenta que é um negócio tecnológico que vem com grande tendência no México, especialmente pelos desafios bancários que existem e pela tecnificação de produtos financeiros que estão sendo aprimorados como modelo tecnológico.
Big Data para expandir os negócios
Quando você dá um nome ou um propósito ao Big Data, uma empresa de tecnologia melhora seus processos e atua de forma mais estratégica no mercado.
David Lati garante que quando damos um caminho ao Big Data, o negócio tecnológico começa a crescer, pois pode dar maior certeza, é preditivo, de tendências, estatísticas e probabilidades para a tomada de decisão.
A EXATEC em Sistemas de Computação garante ainda que outros negócios interessantes possam ser gerados através do Big Data, para avaliar padrões de consumo, prevenir desastres naturais, extrair informações para prevenção de doenças e para a personalização de tratamentos, aspectos que não são visíveis, mas estão na nossa frente
“Os modelos atuariais nas pesquisas, por meio de algoritmos preditivos, e com Big Data, é possível cruzar tudo isso com outras fontes de dados para gerar uma previsão maior, por meio da análise de algoritmos preditivos e prescritivos”, detalha.
Osvaldo Mercado, da MavTek Inc, acredita que se uma empresa não faz uso de Big Data agora, está ficando para trás nos negócios, independentemente de você ter ou não um negócio de tecnologia.
“Um exemplo: se a venda de frango frito aumenta em um determinado horário e aqui temos os dados que confirmam, você produz mais no horário, dia ou estação que mais vende. Outro exemplo que me surpreendeu é o dos zoológicos dos Estados Unidos, alguns já usam Big Data para saber quando devem aumentar a produção de sorvete”, diz.
A rentabilidade dos negócios de tecnologia
David Lati, da LDM, comenta que a lucratividade das empresas de tecnologia depende dos objetivos que elas têm.
Em outras palavras, embora possam existir empresas muito grandes cujos resultados financeiros não são necessariamente bons, isso não significa que não sejam rentáveis, pois sua estratégia é outra: disrupção digital.
“Temos exemplos financeiros de empresas muito grandes como a Uber, que teve riscos financeiros muito grandes, mas cujo modelo de negócios aponta mais para o futuro e para a transformação causada por diversos fatores, geralmente relacionados a novas tecnologias, que criam novos modelos de negócios com o objetivo de oferecer mais valor ao cliente, declara.
Outro exemplo de disrupção é o dos e-sports. Com as competições de videogame começando a crescer exponencialmente, os modelos de apostas, a tecnologia encontrou um nicho que está tendo fluxos de dinheiro maiores do que alguns esportes tradicionais.
Lati considera que o nível de rentabilidade dos negócios de tecnologia, startups ou empresas de tecnologia que estão crescendo depende do uso da metodologia ágil ou ágil, que testa o que funciona e o que não funciona, o que gosta e o que não gosta no momento consumidor.
“Essas grandes apostas são feitas pequenas apostas, o risco financeiro é sempre minimizado e a probabilidade de sucesso aumenta, porque o mais importante é que temos um mundo em mudança e um consumidor em mudança”, diz Lati.
Empreendedores em negócios de tecnologia
Osvaldo Mercado recomenda que quem quer começar um negócio de tecnologia do zero primeiro faça um treinamento ou encontre uma equipe de engenheiros para construir o que deseja materializar digitalmente.
“Você deve definir de que lado está e começar. O que eu preciso? Que tipo de serviço de engenharia preciso contratar? Quais linguagens de programação eu preciso aprender para poder fazer certas coisas?”
O Mercado diz que conheceu muitos empreendedores iniciando negócios digitais que optam por aprender linguagem de programação, porque eles mesmos querem algum controle.
Há também aqueles que vão às agências para desenvolver a ideia que têm em mente.
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